Editorial

by Tim Burton
"How did it get so late so soon?"
~ Dr. Seuss
(American writer, poet, and cartoonist)

TUDA Abril, Abril TUDA!

Antes fosse só o tempo que nos afligisse, mas há tempos deixou de ser! Ou melhor, agregaram-se a ele outras inquietudes, outras preocupações, outros afazeres, outras tantas coisas que acontecem enquanto estamos perdendo tempo com alguma coisa... A síndrome do tempo perdido, do acontecimento imediato, da informação disponível... chamem de FOMO, agorafobia, síndrome do pânico, ou pura perda de tempo, a coisa é mais profunda do que parece ser, e a vida, em si, hoje em dia é mais vida do que todas as vidas vividas no passado. A vida hoje transbordou-se em si mesma, transbordou-se por todos os leitos, em todas as normas, e já não se alimenta mais do passado.

Está só neste mundo do presente, a vida... e auto-intitula-se vida moderna!

Ao homem ensinaram as técnicas dessa vida moderna, disponibilizaram dados e instrumentos para viver intensamente essa vida moderna, mas não lhe ensinaram como desfrutar os momentos vividos. Algo lhe falta neste contexto, e em tudo se espelha essa falta, essa lacuna... parece que o mundo todo carece de algo. Sensibilidade? Não, há muita nas instituições de caridade e nas novelas. Solidariedade? Não, as redes sociais provam o contrário. Conhecimento? Também não, o mundo todo está na internet, os jornais e os blogs te informam, a TV te mostra e o rádio te explica.

O que falta então? Na falta de melhor palavra, falta ALMA! Alma para dar suporte à matéria - já que tudo é matéria! Sem alma, a matéria não se sustenta. Como no violino, a alma sustenta sua estrutura e também é responsável pela acústica das partes - a matéria está lá, mas precisa ser usada com sabedoria!

É na Contra-mão da modernidade esvaziada que vem TUDA, transbordando alma, com os já conhecidos pyndahýbicos, deste e de outros mundos, desmodernos, apocalípticos da modernidade efêmera, integrados do conhecimento perene, vem essa TUDA, paupérrima mas bem sustentada, ecoar outro tema da vida moderna: a modernidade.

Desnecessário dizer, como sempre, TUDA traz muita coisa boa, e novidades também. Confiram na Dívida Interna.

TUDA, no prelo...

É isso aí companheiros, como dizia Raulzito, "Lá vamos nós de novo, vamos na gangorra, no meio da zorra desse desse vai-e-vem, que é tudo mentira, e quem vai nessa pira, atrás do tesouro de Ali-bem-bem...", o que não deixa de ser a velha e suja LabUTA do dia a dia, sem tesouro, onde o excesso de opções é falta de opção, onde a bonança não passa de miséria, onde quem muito tem nada desfruta, e o melhor mesmo é manter-se na contra-mão dessa imediatialidade das coisas, onde nada pode - ou consegue - passar despercebido, e tem que ser registrado, urgentemente, onde desavisadamente você é capturado numa foto, num vídeo, e de repente aparece numa página social qualquer, simplesmente porque alguém preferiu registrar ao invés de desfrutar, e registram para desfrutarem mais tarde, sentados em seus sofás macios, assistindo aos seus vídeos e fotos pelo computador, conectados em TVs de duzentas e poucas polegadas. Estão se expondo - e querem te expor!

E se isso não soar estranho, estamos todos perdendo tempo...

Asyno Eduardo Miranda
o (auto-proclamado) editor
deste porto qvasyseguro da jlha do Eire
oje, septº dia do qvarº mez
d este Anno Domini de MMXIII